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Por que a grama sintética tem sido associada a casos de câncer de jogadores nos EUA?

Segundo a entidade, a decisão decorre da diferença climática entre os países e visa uniformizar as superfícies. A Grama Sintética é muito semelhante a um gramado natural bem cuidado e conservado, pois ambos têm aparência uniforme e sempre verde. Essa aparência bonita o ano todo nem sempre é uma característica da grama natural, visto que está sujeita às alterações climáticas, como chuvas e mudanças de temperatura.

Promessas de gramados que não requerem manutenção ou água atraem consumidores que preferem a estética mais “limpa” do gramado falso. Uma das principais características da grama sintética é a sua elevada durabilidade. Mas para isso, precisa estar em dia com sua conservação, limpeza e manutenção. A areia (ou outros tipos de preenchimentos) é necessária para fornecer apoio grama artificial às longas folhas de grama, impedindo que elas deitem. Não só torna mais pesada a grama artificial, de modo que não se mova ou levante, mas também protege o gramado e proporciona estabilidade.

Retenção de calor

Mesmo que a grama artificial tenha aval da Fifa e dos estudos citados, muitos torcedores e até jogadores e técnicos ainda mostram certa resistência à novidade. Em uma pesquisa feita na MLS (Constantine Poulos, 2014), 94% dos jogadores questionados acreditavam que seria mais provável se lesionar na grama artificial do que na natural. Eles argumentam que o sintético é mais duro, a borracha causa mais atrito e os submete a um “maior custo metabólico” do que o campo tradicional.

Quando instalada corretamente, a grama artificial drena de forma mais confiável e eficiente do que a grama natural. A grama sintética deve ser encarada como um investimento a longo prazo, uma vez que se pagará a si próprio ao longo do tempo com as economias que verá a longo prazo. Isso é evidente na crescente popularidade da grama artificial como cobertura de área de lazer, que é uma aplicação comercial cada vez mais comum de grama sintética.

Os seis atletas, que morreram de glioblastoma, jogaram no Philadelphia Phillies durante a maior parte das carreiras. Segundo o jornal americano ‘Philadelphia Inquirer’, o time em questão competiu por décadas em um gramado de grama sintética no estádio Veterans Stadium, o qual denominava de casa. Segundo ela, a conclusão possível é que há relação inversa entre o tempo em que o atleta atua em determinado gramado e a taxa de lesões.

Steven Gerrard, ídolo do Liverpool e atual técnico do Glasgow Rangers, chegou a classificar os campos artificiais como “perigosos” e que “o jogo estaria melhor se eles não existissem”. Alguns jogadores de futebol também se recusam a jogar em estádios de grama sintética. Desde que assinou com o Inter Miami e passou a jogar a MLS, o argentino não atuou em gramados artificiais. No Brasil, o mesmo acontece com Luis Suárez, que tem problemas no joelho e evita, por recomendação médica, atuar em grama sintética.

Especialistas dizem, no entanto, que essa é a faixa etária mais atingida por esse tipo de tumor. Além disso, outros fatores podem ter contribuído, como o uso de pesticidas nos campos, o hábito de mascar tabaco, o uso de drogas e, até mesmo, concussões cerebrais. Inúmeras espécies de animais essenciais para a cadeia alimentar residem na grama natural. Porém, com a instalação de gramas decorativas artificiais, o acesso ao solo, onde reside parte das presas de pássaros e pequenos mamíferos, é impossibilitado. Isso, consequentemente, limita as fontes alimentares da vida selvagem e contribui para a diminuição populacional de diversas espécies.

Qual o problema da grama sintética?

Piso de gramado sintético prejudica o meio ambiente

Ambos têm vantagens e desvantagens, e a escolha de qual utilizar depende do tipo uso e situação desejada. Já no último domingo (28), após a vitória sobre o Santos, Abel voltou a cobrar manutenção no terreno de jogo da casa alviverde. Dessa forma, conseguirá escolher a alternativa mais adequada, que apresente o melhor custo-benefício para seu lar. O jornalista Tim Vickey, da BBC de Londres, lembra que, quando jovem, viu muitos jogos da Premier League, o Campeonato inglês, serem disputados em “lama total”. O jeito encontrado foi molhar os pés com água gelada ou mergulhar com chuteira e tudo dentro de baldes de gelo. Mesmo assim, alguns jogadores, como o lateral-direito Tinga, relataram ter ficado com bolhas nos pés após a partida.

Eles recebem um lastro de areia e, em seguida, vem a terceira camada, de preenchimento, cujo material varia de acordo com o estádio. Todos eles não aquecem diante da exposição ao sol como se passava com os sintéticos mais antigos e ainda ocorre com os de uso não profissional, que utilizam borracha comum. Para adotar esse tipo de gramado, os clubes precisam ter um certificado de avaliação realizada pela Fifa. Alguns critérios avaliados são o quique e a rolagem da bola, a planicidade, a tração e rotação da chuteira. Sob os gramados de plástico há ainda uma camada de borracha que, segundo um relatório recente da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, apresenta níveis altos de substâncias químicas potencialmente perigosas.

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As pesquisas apontam que toda grama artificial é feita por compostos tóxico de PFAS (substâncias per e polifluoroalquil). Determinados materiais são um classe de produtos químicos que as empresas usam para tornar o gramado antiaderentes, impermeáveis ou mais resistentes a manchas. Uma investigação nos Estados Unidos aponta que a morte de seis jogadores de beisebol podem ter sido influenciadas pela presença da grama sintética na rotina do dia a dia dos atletas.

Dados do Google Trends, por exemplo, mostram que as pesquisas por “grama artificial” aumentaram 185% de maio de 2019 a 2020. Na opinião de Kyla Bennett, uma ex-cientista da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), o caso dos jogadores de beisebol é mais um exemplo da nocividade dos campos sintéticos, que deveriam ser proibidos. Além do time paulista, apenas Athletico Paranaense e Botafogo adotam a grama artificial em seus estádios entre os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. A Fifa (Federação Internacional de Futebol) já avisou que só poderá ser usada grama natural.

Quanto mais tempo atuando em um mesmo tipo de gramado, menor a taxa de lesão. Como no Brasil somente três estádios da elite adotam o gramado sintético, os jogadores de outros times não estão tão familiarizados, o que realmente pode acabar aumentando a taxa de lesões, afirma Liu. Segundo o Palmeiras, a adoção do gramado artificial, implementado em fevereiro de 2020, deu-se em função dos eventos e shows que danificavam a grama natural. Com a sintética, o Palmeiras joga sempre em um campo em “perfeitas condições”, defende o clube.

A grama artificial utilizada para paisagismo é uma ‘grama ornamental’, e tem fibras mais atraentes e mais suaves do que no gramado usado para esportes. A grama artificial para paisagismo é também intensa, para um efeito mais natural. Para impedir que as fibras se deitem, em alguns casos, um agente para preenchimento é usado. Os primeiros sistemas não preenchidos se tornaram disponível no mercado em meados de 2008.